Professor como saber se o verbo haver tem o
sentido de 'ocorrer” e “existir” que nesse caso ele é impessoal e quando ele
não tem o sentido de 'ocorrer” e “existir” que ele não é impessoal.
Rodrigo Sampaio
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Alô, Rodrigo!
O contexto é que mostra em qual sentido
esse verbo está usado e, consequentemente, se o seu emprego é pessoal ou não. As
acepções em que há sujeito vinculam-se à ideia de “ter” (obter) ou “experimentar”
(lembre-se de que é possível substituir o
verbo “ter” por “haver” nos chamados tempos compostos). Dois exemplos do
emprego pessoal: “Ninguém houve notícias da prisão do traficante”; “Os meninos
houveram muito medo de entrar na caverna”. São construções raras e praticamente
abolidas do registro coloquial, em que há larga prevalência do verbo “ter”.
“Haver” também é pessoal quando vem acompanhado
de pronome (parte integrante do verbo); nesse caso, tem os sentidos de “portar-se,”
“prestar contas”, “lidar”. Confira os respectivos exemplos: “Joaquim se houve
bem no encontro social”; “Por não respeitar o regimento, vai-se haver com o
diretor”; “É ruim ter que se haver com pessoas
temperamentais”.
A impessoalidade (ausência de sujeito) se
dá quando esse verbo tem o sentido de “existir”, “ocorrer”, ou indica tempo
decorrido. Exemplos: “Há pessoas que não
merecem o nosso respeito”; “Não haverá torneios na próxima estação”; “Há dias que
ele não visita os pais”. Escrevi no plural os objetos diretos (pessoas,
torneios, dias) a fim de chamar a atenção para a invariabilidade da flexão dos
verbos, que ficam no singular por um motivo
óbvio: se não há sujeito, eles não têm com quem (ou com o quê) concordar.