2019 VUNESPUma expressão que atribui à frase um tom de
generalização está destacada entre parentes em: A Há que se dizer que culpar
terceiros (sempre) nos traz alívio. (1º parágrafo) B (Um dos )maiores
responsáveis por alagamentos nas cidades é o lixo... (2º parágrafo) C Nos dias
de hoje coletamos informações (prontas)... (3º parágrafo) D ... cotidiano
agitado e( quase) atropelado pelo que não nos afeta... (3º parágrafo) E ...
quase atropelado pelo que não nos afeta tanto (por enquanto). (3º parágrafo)
Laura Silva
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Bem-vinda, Laura.
Generalizar é considerar que
determinadas características ou ações se aplicam a todo um conjunto de pessoas.
Pode constituir uma grave falha na argumentação, pois não leva em conta as
possíveis exceções. Basta que uma delas ocorra para fazer o argumento ir por
terra.
Generalizar é também tratar
subentendidos como pressupostos. Um exemplo: numa redação sobre o trabalho da
mulher fora de casa, um de meus alunos se posicionou contra, alegando que esse
tipo de atividade prejudica a educação dos filhos. Ele pressupôs como
verdadeiro algo que subentendeu (apoiado numa visão machista, por exemplo), como
se todo subtendido não dependesse de uma interpretação pessoal. Essa era a opinião
dele, que não tinha o direito de generalizar.
Já deu para você perceber que a
resposta à questão está na letra “A”. O advérbio “sempre” dá como genérica e
inevitável a afirmação de que pôr a culpa em terceiros nos traz alívio. Pode às
vezes não trazer... A propósito, será que traz mesmo? A banca dá uma mãozinha quando
apresenta na resposta uma formulação que é por si questionável do ponto de
vista ético e existencial. Culpar terceiros não deixa de ser uma maneira de transferir
aos outros as nossas responsabilidades.