sexta-feira, 26 de abril de 2019

Dúvida sobre generalização a partir de uma questão da Vunesp



2019 VUNESPUma expressão que atribui à frase um tom de generalização está destacada entre parentes em: A Há que se dizer que culpar terceiros (sempre) nos traz alívio. (1º parágrafo) B (Um dos )maiores responsáveis por alagamentos nas cidades é o lixo... (2º parágrafo) C Nos dias de hoje coletamos informações (prontas)... (3º parágrafo) D ... cotidiano agitado e( quase) atropelado pelo que não nos afeta... (3º parágrafo) E ... quase atropelado pelo que não nos afeta tanto (por enquanto). (3º parágrafo)
Laura Silva
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          Bem-vinda, Laura.
          Generalizar é considerar que determinadas características ou ações se aplicam a todo um conjunto de pessoas. Pode constituir uma grave falha na argumentação, pois não leva em conta as possíveis exceções. Basta que uma delas ocorra para fazer o argumento ir por terra.
         Generalizar é também tratar subentendidos como pressupostos. Um exemplo: numa redação sobre o trabalho da mulher fora de casa, um de meus alunos se posicionou contra, alegando que esse tipo de atividade prejudica a educação dos filhos. Ele pressupôs como verdadeiro algo que subentendeu (apoiado numa visão machista, por exemplo), como se todo subtendido não dependesse de uma interpretação pessoal. Essa era a opinião dele, que não tinha o direito de generalizar.
          Já deu para você perceber que a resposta à questão está na letra “A”. O advérbio “sempre” dá como genérica e inevitável a afirmação de que pôr a culpa em terceiros nos traz alívio. Pode às vezes não trazer... A propósito, será que traz mesmo? A banca dá uma mãozinha quando apresenta na resposta uma formulação que é por si questionável do ponto de vista ético e existencial. Culpar terceiros não deixa de ser uma maneira de transferir aos outros as nossas responsabilidades.


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