quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O conceito de "cenestesia"

E-mail de Flaviana M.: “Professor, podia me explicar o que é cenestesia? Agradeço antecipadamente.”
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O termo “cenestesia” designa as impressões sensoriais internas do organismo. Na linguagem literária, qualifica um tipo de imagem referente à sensação de sentir-se bem ou mal.
Imagens cenestésicas são comuns na poesia de Augusto dos Anjos, cujo sentimento de culpa o faz comumente referir um desconforto físico ou psicológico.
Geralmente são imagens de “peso” ou “carga”, como mostram os exemplos seguintes: “Eu me encolhia todo como um sapo/ que tem um peso incômodo por cima” (Cismas do Destino), “Pesam sobre o meu corpo oitenta arráteis” (Mistérios de um Fósforo), “Tenho trezentos quilos no epigastro” (Tristezas de um Quarto-Minguante).


sábado, 27 de agosto de 2016

Sobre a locução "em que pese a"

E-mail de Benedito L.: Professor, gostaria de saber se a frase seguinte está correta: ‘É preciso um detalhamento do texto constitucional no que pese à definição de áreas públicas’. Obrigado.”
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        Está não, Benedito. A locução  “em que pese a” (e não “no que pese a”), tem valor concessivo. Indica uma oposição ou uma ressalva ao que está expresso no enunciado principal.
       De acordo com o contexto, a definição de políticas públicas não se opõe ao detalhamento do texto constitucional. É um tópico, ou um assunto, a ser detalhado.
Conectivos que traduzem essa ideia são “quanto”,  “no que diz respeito”, “no que tange a” etc. Qualquer um deles substitui adequadamente “em que pese a”.

         Abraço.