O
leitor L. quer saber como diferenciar o ‘porque’ explicativo do ‘porque’
causal.
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Caro
L., às vezes fica mesmo difícil distinguir um conectivo do outro. Duas dicas
podem ajudar:
1 – Quando ocorre oração
explicativa, o verbo da oração inicial (não se fala em “oração principal” na coordenação)
está geralmente no imperativo. Exemplo: “Respeite a lei, porque isso lhe trará
tranquilidade.”
Se
faço um apelo a que o indivíduo respeite a lei, ele ainda não a respeitou;
logo, a oração seguinte não pode constituir a causa de uma ação não realizada.
2 – Caso o verbo da
anterior não esteja no imperativo, é preciso observar se a oração iniciada pela
conjunção constitui efetivamente uma causa do que está expresso na oração
principal – ou se não se trata, simplesmente, de uma explicação para o que foi
dito.
Se digo, por exemplo, “Choveu, porque as ruas estão encharcadas”, é claro que o encharcamento das ruas não pode ser causa da chuva.
Primeiro, porque esse encharcamento
seria posterior à ação de chover (e toda causa, como se sabe, antecede a
consequência); segundo, porque outro motivo pode ter determinado o alagamento
dessas vias – como, por exemplo, o transbordamento de um rio ou o rompimento do
tanque de um caminhão-pipa.
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